11/10/2023 IRMÃ ELIZABETH ARACI RONDON AMARANTE: 45 ANOS DE MISSÃO INCANSÁVEL E SOLIDARIEDADE COM O POVO MYKY

Uma Vida Dedicada à Missão Indigenista

 

Por: Renan Dantas / Fotos: Renan Dantas

Foto: Renan Dantas

Cuiabá, 30 de novembro de 1979 – Irmã Elizabeth Araci Rondon Amarante, membro da congregação do Sagrado Coração de Jesus e neta do respeitado Marechal Cândido Rondon, é uma figura reconhecida nacional e internacionalmente por seus 45 anos de dedicação incansável aos povos indígenas, com foco especial no povo Myky, no estado de Mato Grosso.

VIVENDO COM O POVO MYKY – UMA EXPERIÊNCIA PROFUNDA

A decisão de Irmã Elizabeth de viver na aldeia do povo Myky, localizada no Noroeste do Estado de Mato Grosso, às margens do rio Papagaio, é um testemunho da sua inabalável determinação. Os Manoki (Irantxe e Myky) enfrentaram um passado repleto de desafios, incluindo massacres e adversidades marcantes. No entanto, Irmã Elizabeth estava resoluta em compartilhar sua vida com essa comunidade e em lutar pelos seus direitos territoriais.

Ela se tornou uma verdadeira encarnação da missão, vivendo, nos primeiros anos, em uma casa que abrigava todos os membros da comunidade. Essa proximidade a transformou em uma referência não apenas para os Myky, mas também para o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), uma organização dedicada à defesa dos direitos dos povos indígenas.

INSPIRANDO NOVAS GERAÇÕES DE MISSIONÁRIOS

Foto: Renan Dantas

Gilberto Vieira, missionário do CIMI-MT desde 2004, relembra com gratidão o seu primeiro encontro com Irmã Elizabeth durante o Curso de Verão, promovido pelo CESEEP, na PUC São Paulo. Ela introduziu o tema da Campanha da ‘Fraternidade e Povos Indígenas’ e despertou nele o interesse apaixonado pelo trabalho do CIMI. Ele descreve Irmã Elizabeth como a primeira pessoa que o guiou nessa jornada de missão junto aos povos indígenas.

Fausto Campoli, outro missionário indigenista, compartilha a sua admiração por Irmã Elizabeth. Ele destaca sua consistência, coragem, alegria e esperança que transpareceram ao longo dos anos. Irmã Elizabeth foi uma figura sólida e inabalável que dedicou quatro décadas e meia de sua vida ao trabalho indigenista. Seu exemplo inspirador impulsionou inúmeros outros a se envolverem na causa.

OS DIÁRIOS DE IRMÃ ELIZABETH – UM TESTEMUNHO HISTÓRICO

Foto: Renan Dantas

Durante seus 45 anos de convivência com o povo Myky, Beth registrou diariamente a vida e as lutas dessas comunidades. Ela compilou suas observações, experiências e reflexões em uma coleção rica e histórica, revelando detalhes emocionantes da jornada do povo Myky.

Seus diários relatam não apenas o dia a dia do povo Myky, mas também eventos históricos significativos. Desde o momento em que decidiu iniciar sua jornada missionária junto aos povos indígenas. Beth documentou cuidadosamente os desafios e conquistas dessas comunidades indígenas.

Foto: Renan Dantas

Esses diários representam um tesouro de conhecimento que não só é importante para o povo Myky, mas para toda a sociedade brasileira. Eles são um registro da luta contínua por direitos, igualdade e justiça, abraçando cada pedacinho da história desses povos indígenas.

CELEBRANDO O MÊS DAS MISSÕES E O COMPROMISSO COM OS POVOS INDÍGENAS

O mês de outubro é um período especial que nos lembra da importância da missão e da solidariedade, principalmente em relação aos povos indígenas. Neste mês, destacamos não apenas o legado de Irmã Elizabeth, mas também a dedicação de todos os missionários que atuam incansavelmente no campo indigenista, trabalhando para promover o progresso das comunidades e a defesa de seus direitos.

Foto: Renan Dantas

O Papa Francisco, em várias ocasiões, enfatizou a importância dos missionários que trabalham junto aos povos indígenas, chamando a atenção do mundo para as questões urgentes que afetam essas comunidades. Ele referiu-se a elas como as “fraldas sujas” da sociedade, destacando a necessidade de atenção e ação.

A história de Irmã Elizabeth Araci Rondon Amarante é um testemunho vibrante de amor, comprometimento e solidariedade. Seus 45 anos de missão junto aos Myky e sua dedicação incansável à causa indigenista deixam um legado que transcende o tempo. Ela nos mostra que é possível impactar profundamente a vida das pessoas quando compartilhamos nossa existência e lutamos ao lado delas.

À medida que Irmã Elizabeth parte para uma nova etapa de sua vida, no Rio de Janeiro, sua presença continuará a inspirar as gerações futuras de missionários e defensores dos direitos indígenas, especialmente durante o Mês das Missões. Sua história nos recorda a importância de estar ao lado daqueles que mais necessitam, de encarnar a missão e de lutar incansavelmente por um mundo mais justo e inclusivo. A jornada de Irmã Elizabeth é um testemunho vivo de que, com dedicação e amor, podemos realmente fazer a diferença e deixar um legado duradouro no mundo. Ela será lembrada como uma luz que iluminou o caminho da justiça e da solidariedade.

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Com informações: Renan Dantas