Nova liderança para o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e seus planos para os povos indígenas no Brasil.

Cuiabá,  06 de Outubro | Por Renan Dantas

15º Intereclesial da Cebs, Cardeal Dom Leonardo | Foto: Renan Dantas

O Cardeal Steiner assume a presidência do Cimi

O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) concluiu sua XXV Assembleia Geral sob o tema “Direitos Originários, Territórios Livres, Justiça e Paz como fontes do Bem Viver e Conviver”, marcada pela eleição de sua nova presidência que guiará a entidade pelos próximos quatro anos.

A Nova Presidência do CIMI

O novo presidente do CIMI é o Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele será acompanhado por Alcilene Bezerra da Silva, missionária do Regional Nordeste, que ocupará o cargo de vice-presidente, e Luis Ventura Fernández, o novo secretário executivo.

Dom Leonardo Steiner sucede a Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho, que liderou o CIMI nos últimos oito anos. Dom Roque enfatizou o trabalho do CIMI como um “serviço de amor aos pobres e à terra” e ressaltou os desafios que a Igreja do Brasil enfrenta na missão junto aos povos originários, com um caminho marcado por conquistas, lutas e retrocessos.

O CIMI como um Organismo de Apoio aos Povos Indígenas

CIMI – comemora 50 anos de memória, resistência, mística | Foto: Renan Dantas

O novo presidente do CIMI, representante do episcopado brasileiro na Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade em outubro de 2023 no Vaticano, destacou o papel crucial do CIMI. Este organismo da CNBB, com mais de 50 anos de existência, tem prestado um serviço essencial aos povos indígenas ouvindo suas causas, mantendo uma presença ativa por meio de missionários e missionárias em diversas aldeias e auxiliando na articulação de comunidades indígenas. O foco inclui questões culturais, direitos, terras e a questão do Marco Temporal.

O CIMI como Testemunho de Evangelização

Para o cardeal Steiner, o CIMI não é apenas um serviço aos povos indígenas, mas também um testemunho de como viver o Evangelho. Isso é alcançado através de uma presença que oferece esperança, consolo e misericórdia aos povos indígenas.

Compromisso com a Causa Indígena

O novo presidente relembrou seu envolvimento com o CIMI enquanto bispo de São Félix do Araguaia e expressou gratidão pela confiança dos missionários, missionárias e dos próprios indígenas. Ele enfatizou o compromisso contínuo em servir e apoiar os povos indígenas, trabalhando em conjunto com as diversas presidências anteriores do CIMI.

Promovendo a Organização e a Voz Indígena

Dom Steiner também destacou que os povos indígenas estão mais organizados hoje e expressou o desejo de fortalecer as organizações indígenas, tornando-as uma voz ainda mais audível na sociedade brasileira. Ele invocou a bênção de Deus para que eles possam ser uma presença benevolente, misericordiosa e esperançosa nas comunidades indígenas.

Prioridades para os Próximos Anos

A Assembleia do CIMI definiu as prioridades para os anos de 2024 e 2025, incluindo questões urbanas, terra, território e o direito humano à água, bem como a defesa da Constituição Federal de 1988 e dos direitos da natureza. O CIMI planeja focar na formação e na promoção de encontros relacionados à espiritualidade, políticas públicas, questões sociais e culturais, com um enfoque especial no mundo urbano. A assembleia também reiterou seu compromisso com a demarcação de terras e a luta cotidiana pela consolidação dos direitos fundamentais, representando um compromisso “profético, militante e missionário em defesa da vida em plenitude”

Fonte: CIMI | CNBB